Os 29

Há uma semana, deixei os 28. Há uma semana, vivo uma enxurrada de sentimentos contraditórios e burocracias. Há uma semana, sinto que entrei nos 28.2 em vez de nos 29. Por isso nem penso em alterar o título desse blog. Os 28 vão muito além de uma idade marcante na minha vida. São um verdadeiro portal que ainda estou atravessando. Sabe-se lá onde vou parar.

Fiz aniversário no dia 19 de março. No dia 18, depois de meses de busca e semanas de negociações, assinei o contrato de aluguel de um apartamento novo. Maior do que o meu atual, mais caro também. No dia 20, completava um mês de uma crise profunda que misturou a novidade que era um Transtorno Pré Menstrual heavy metal com uma ansiedade paralisante que desencadearam uma série de crises e erros que impactaram minha vida pessoal e profissional. Sobrevivi. Não sei se estou melhor, mas estou inteira, aqui, e isso me basta.

Agora, minha vida mistura a minha rotina de sempre com muitas compras de materiais de construção e tintas para ajeitar o apartamento em que estou entrando e o que estou deixando para trás. Rios de dinheiro escorrem pelas minhas mãos com a promessa de que estou começando um ciclo positivo de renovações. O ato de pintar paredes e colar pisos adesivos em um novo local onde passarei a minha vida nos próximos anos me fez refletir muito sobre o que quero (des)construir. Uma das coisas que mais pularam na minha cabeça é a minha necessidade de quebrar, pelo menos um pouco, as paredes que me cercam em um isolamento emocional antigo. Que os 29 me ajudem a ter a coragem necessária para ser mais vulnerável. Há muito poder nisso.

Foto mostra um close-up de um bolo com raspas de chocolate preto e branco, cerejas e 9 velas acesas.