O primeiro do ano
- Clara Goncalves
- Jan 7, 2024
- 2 min read
Hoje é o primeiro domingo de 2024, e é claro que uma pequena dose de ansiedade faz uma visita num dia como este. Apesar de ter sido um dia cheio, vivido com parentes e amigos que me fazem muito bem, ainda assim, a ansiedade vem. Me faz errar o caminho para casa e me faz esquecer o celular para trás logo depois de checar o meu email de trabalho. Quem checa o email de trabalho às 19h de um domingo, o primeiro do ano? Euzinha.
Ao clicar, vejo o email de um cliente cobrando uma entrega semi-impossível devido a algumas coisitas que escapam ao meu controle. E por mais que se tente ignorar, a necessidade de agir fala mais alto. E você, sem o celular, corre para o computador. Escreve um rascunho, traça um plano, manda mensagem para as pessoas do seu time que precisam saber dos seus planos antes das suas ações. E depois disso, relaxo?
Não. Espero por uma notificação, que muito provavelmente não virá, afinal, é domingo. E tomo um banho. Faço um lanche. Alimento o cachorro. Tudo isso sabendo das conversas que terei na segunda-feira. Então, sabendo disso tudo, relaxo? Não. Ensaio mais planos, mais falas, converso em voz alta comigo mesma como se fosse um colega, para testar teorias.
Tudo isso depois de um dia lindo, fez um sol deslumbrante no Rio de Janeiro. A manhã foi lenta, rodeada de escritos e livros. O passeio com o cachorro se seguiu de um almoço com os pais. O fim de tarde foi na urca com amigas da faculdade. O pôr do sol, deslumbrante. E ainda assim, ela veio. A necessidade de verificar, saber, ensaiar, antever.
Algum dia, será que relaxo?





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