Indecisão

Se tem uma coisa que eu me contei várias e várias vezes ao longo dos anos é que sou indecisa. Talvez isso tenha um fundo de verdade em determinadas situações, como escolher o que vou comer em um restaurante com menus variados. Ou, quem sabe, quando não consigo escolher um destino de férias, ou se marco aquela viagem sozinha ou não. Me repeti essa "verdade absoluta" tantas vezes que acreditei que isso fazia parte do meu eu mais verdadeiro e profundo.

Hoje, precisei fazer bainha em duas calças e um vestido numa costureira aqui do bairro. Vesti a primeira calça, disse de cara como queria o corte e em que altura. Na segunda, pedi que fosse um pouco acima da primeira, visto que era uma calça para fazer exercícios e não queria tropeçar. Por fim, com o vestido, pedi que ela transformasse um longo em um midi. E pronto. Em dez minutos, tudo acertado. "Nossa, como é bom trabalhar com uma pessoa decidida assim", disse a moça que me atendeu. "Eu geralmente não esquento a cabeça com roupa", respondi.

No caminho de volta, fiquei pensando: nossa, eu sou decidida! Eu sei o que eu quero! Às vezes tenho dúvidas? Claro, tenho dúvidas, todos nós temos. Mas me recuso, a partir de hoje, a me chamar de indecisa.

Para todos verem: fotografia de parede cor de rosa em tom salmão com um sinal de interrogação azul.