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Leia Véspera

  • Writer: Clara Goncalves
    Clara Goncalves
  • Jan 28, 2024
  • 2 min read

Estou numa fase de leitura boa, conseguindo manter um ritmo constante, conforme prometi a mim mesma na virada do ano. Tudo graças ao planejamento e ao Notion, falarei mais sobre isso em breve. E a última leitura merece filme, série, prêmio, aplausos de pé. Trata-se de Véspera, da brilhante Carla Madeira.


Já tinha lido “Tudo é rio” e me encantado pela escrita de Carla. É uma escrita fluida e visual. Você é transportado para um universo e consegue imaginar facilmente os cenários, personagens e cheiros de cada história. Tudo é rio foi o primeiro livro dela que eu li e, embora o final tenha me frustrado um pouco, diante daquele talento imenso, me prometi acompanhar de perto a carreira de Carla. E, assim, fui ler Véspera.


Iniciado com a indagação “como se chega ao extremo?”, a história revela diferentes pontos de partida, de diferentes personagens, para responder como Vedina, uma mulher extremamente infeliz em seu casamento, abandona o filho em um momento de descontrole. O arrependimento não tarda a chegar e, minutos depois, ela volta para o local onde o deixou para buscá-lo, em vão.


A partir deste evento, Carla nos revela diferentes fatos, famílias e traumas que levaram Vedina àquele momento. No centro da trama estão Abel e Caim, gêmeos idênticos criados sob a tensão imposta pelos nomes, pelo pai alcoólatra e a mãe supercontroladora. Suas diferenças os tornaram arquétipos opostos que, em determinado momento, marcaram o caminho de Vedina.


Cada capítulo mostra um diferente tempo. O tempo de Vedina, no presente, destruída pelo que fez, e o tempo do passado, da véspera que explica tudo aquilo que nos agonia no presente. Fui junto tecendo as minhas próprias explicações. As minhas próprias vésperas. Entrei numa viagem que poderia não ter fim, não fosse o desconhecimento do passado dos meus antepassados mais distantes.


Para todo evento existe uma explicação e a trama de Carla revela isso de maneira única. É como se os personagens estivessem, de fato, vivos e como se os conhecesse. São os nossos parentes, amigos, inimigos. Somos nós. É uma mãe em um dia de desespero e um filho pequeno, desamparado, sem entender o que está acontecendo. É tudo aquilo que a levou ao extremo.



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